15 de jan. de 2008

Queridos Amigos



Ao iniciar a preparação para a minissérie – uma história que fala, sobretudo, das relações de amizade entre um grupo ao longo das décadas de 70 e 80 –, a diretora de núcleo Denise Saraceni viu-se diante de um desafio: como entrosar em pouquíssimo tempo esse elenco para que, mais tarde, seus personagens transparecessem em cena o grau de intimidade exigido pela história? A solução foi concentrar parte do elenco num estúdio no Rio e, num regime de convívio intenso – uma espécie de laboratório de intimidade em que todos fizeram uma profunda imersão no universo da trama – construir uma relação sólida entre eles. “Em todos os meus trabalhos procuro ensaiar antes de começarem as gravações. Em Queridos Amigos, concentramos elenco e diretores em um espaço cheio de referências, para que pudéssemos mergulhar profundamente na história da minissérie”, conta Denise Saraceni.O toque, a troca de olhares e as relações entre os personagens foram alguns dos principais pontos trabalhados nesses ensaios. Como a minissérie se passa em novembro de 1989 e trata da amizade entre pessoas que se conheceram na década de 1970, foi necessário criar uma atmosfera de intimidade e uma memória coletiva do afeto entre os atores: “Esse passado não está de forma óbvia no roteiro, então, trouxemos essa história para as entranhas de cada um daqueles amigos”, completa a diretora.


Quem Léo é exatamente? Será que seus pais ou seus amigos, sua mulher ou seu filho - será que alguém no mundo conhece esse homem de fato? Será que ele mesmo se conhece? Mais que um mistério, uma charada, um truque de ilusionismo a fascinar uma platéia, o personagem é próprio para o talento de Dan Stulbach. Uma figura dramática que pode ser tanto cética, irrequieta, impaciente, quanto doce e generosa. E que também é capaz de fazer pequenas mágicas para encantar os amigos e, sobretudo, o filho Davi (Luiz André Frambach). “A mágica é um dos elementos do personagem”, diz Dan Stulbach. “No processo de estudo, me perguntei por que a Maria Adelaide Amaral fez essa escolha. Acho que a partir de certo ponto, a gente descobre que a vida pode ser uma grande brincadeira. O que realmente importa? Os sonhos!”.
Durante o processo de preparação para a minissérie, entre outras atividades, Dan tem tido aulas com o mágico Fernando Ventura, que o ensina a lidar com cartas, cartolas e ilusionismos os mais variados. A mágica, no entanto, é apenas mais um elemento cênico, um recurso metafórico. Seus truques podem até impressionar, mas a grande cartada de Léo é o impulso que o leva a transformar a realidade de seus amigos, para que possam resgatar velhas paixões e os sonhos que foram displicentemente deixados pra trás.


Fernanda Montenegro está no elenco de Queridos Amigos e, vocês sabem, quando a prima-dona das artes cênicas no Brasil abraça um papel, ela o faz com intensidade máxima. Fernanda será Iraci, uma funcionária pública aposentada, muito exuberante, muito entusiasmada com a vida, mas que só experimentou o sabor da liberdade depois de ter ficado viúva. Liberdade essa que costuma desfrutar nas pistas das gafieiras, na cadência sensual do mambo, de preferência nos braços de seu par mais constante, o jovem senhor Alberto (Juca de Oliveira). “A personagem não é uma profissional da dança. As aulas são para dar um molejo qualquer nos quadris, para desenferrujar. Meu personagem e o do Juca são festeiros e a especialidade deles é o mambo. Ela costuma dizer que dançar é a melhor coisa da vida. Mas na minissérie não vamos fazer números inteiros, eles dançam por prazer”, conta Fernanda Montenegro, que está tendo aulas com Carlinhos de Jesus.


Mesmo sabendo que Alberto é casado, Iraci não perde o rebolado. Gosta assim. Não admite sequer que ele ouse falar em abandonar a esposa, a pobre dona Tereza (Aracy Balabanian), com quem está casado há anos. Seria a maior das injustiças, ela diz. Iraci prefere manter a relação como está e amar seu parceiro na “santa paz dos lares separados”. Poderia passar o resto de seus dias assim, vivendo com a leveza de uma Ginger Rogers nos braços de Fred Astaire, não fosse a filha, Bia (Denise Fraga), a única dor de cabeça da sua vida. Mas essa é uma outra história.

Já estão no ar as primeiras chamadas que a Central Globo de Comunicação apresenta para o lançamento da minissérie “Queridos Amigos”. Os filmes, dirigidos equipe da diretora de núcleo Denise Saraceni, mostram os membros da “família” – que é como esses amigos se auto-intitulam – em momentos muito especiais.
No primeiro, eles se divertem no réveillon de 1981 para 82. No segundo, vemos o casamento do personagem Léo (Dan Stulbach) no dia do seu casamento. No terceiro e último, cenas da volta dos exilados políticos entre os quais se encontram alguns dos personagens da minissérie. Anos mais tarde, no início da trama, essa harmonia presente em todos esses momentos já não existirá da mesma forma.
A minissérie conta com um elenco estelar. Além dos atores que aparecem em cena nesse filme – Bruno Garcia, Dan Stulbach, Débora Bloch, Denise Fraga, Joelson Medeiros, Drica Moraes, Guilherme Weber, Luiz Carlos Vasconcelos, Malu Galli, Maria Luisa Mendonça, Matheus Nachtergaele, Tarcisio Filho, entre outros. Confirmaram presença também Aracy Balabanian, Fernanda Machado, Fernanda Montenegro, Aida Leiner, Juca de Oliveira, Mayana Neiva, Mila Moreira, Nathalia Timberg, Odilon Esteves e Tato Gabus Mendes, entre outros.

A minissérie “Queridos Amigos” é adaptada de um livro que a própria Maria Adelaide Amaral publicou em 1992, “Aos Meus Amigos”. A obra é dedicada a Décio Bar, amigo da autora desde os tempos de colégio e, mais tarde, companheiro de redação, mas falecido em 1991. Décio foi a inspiração para o personagem Léo, que na minissérie será vivido por Dan Stulbach.
Maria Adelaide fala a respeito: “Quando começa a mandar recados, através de objetos ou palavras, Léo está na verdade dando sinais para que aqueles amigos retomem seus caminhos; eles têm direito a uma segunda chance. Léo está dando a cada um de seus amigos a possibilidade de se resgatar. Não se trata apenas de uma história política, é, sobretudo, um ato de amor. Uma história de fraternidade, de solidariedade e de transfiguração. De possibilidade de ressurreição. O Léo doente nunca esteve tão vivo. Os personagens vão refazer suas trajetórias e se superar, mas retomar os sonhos às vezes é muito difícil”, conta a autora.


Em fins de 1989, Léo – o protagonista de Queridos Amigos, o primeiro da carreira de Dan Stulbach na TV – bem que poderia se considerar um homem bem-sucedido em muitos aspectos. Atuou em vários ramos, exerceu brilhantemente atividades em diversas áreas como literatura, publicidade e cinema – e em todas elas obteve sucesso, de crítica e de público, e financeiro também – sucesso esse que pode ser medido pela bucólica mansão em que mora nos arredores de São Paulo. No entanto, Léo nunca se deu por satisfeito – ainda que não tivesse feito nada para alterar essa situação. Isso, claro, até se descobrir doente.
A notícia de uma doença grave faz com que ele decida fazer da hipótese da morte a mais grandiosa obra-prima de sua vida. Ao tomar a consciência da finitude, Léo escolhe alterar a própria realidade e a daqueles que mais ama, e transformar as relações entre as pessoas, sobretudo os membros da “família”. Então, Léo simula um desaparecimento e, com a mesma delicadeza com que faz pequenas mágicas, começa a interferir na vida daqueles amigos com quem não se encontrava havia quase dez anos.

Na época em que se passa a minissérie – novembro de 1989, oito anos depois do último grande encontro dos amigos em um réveillon no início da década de 80 – tudo está bem diferente. Ninguém mais sabe ao certo se a tal “família” ainda existe; ninguém nem mesmo sabe se os antigos vínculos de amizade, inquebrantáveis no passado, ainda estão mantidos. Todos seguiram caminhos distintos e, dispersados uns dos outros por força do destino, acabaram se tornando pessoas bastante diferentes das que eram ou pensavam ser. E, o que é mais significativo: todos estão cada vez mais distantes de seus antigos sonhos.
Queridos Amigos é a história do reencontro desses amigos, tramada por um membro dessa família, Léo (Dan Stulbach), que a partir de um sonho passa a ficar obcecado com a idéia de não só reunir novamente os velhos amigos, mas resgatar seus antigos sonhos, paixões e ideais.

Quanto a figura de jovens sorridentes estampada numa velha fotografia na parede significa pra você? Para a turma de Queridos Amigos – a nova minissérie de Maria Adelaide Amaral, que estréia em fevereiro com direção de núcleo de Denise Saraceni –, essa foto significa muito mais que apenas uma simples recordação. É uma janela para um passado em que todos que aparecem ali podiam se considerar como verdadeiros irmãos, amigos de tal maneira inseparáveis que ousaram se auto-intitular “a família”. Juntos, atravessaram os turbulentos anos 70 vivendo intensamente todo tipo de experiências.
Apesar de algumas delas terem sido verdadeiramente dramáticas – principalmente quando tiveram de lidar com a truculência da ditadura – todos chegaram aos anos 80 sãos, salvos e mais unidos que nunca. Mas essa união estava com dos dias contados.

Olá meus Queridos Amigos, estou convidando vocês para assistir a próxima minissérie "Queridos Amigos" da Rede Globo, pois o seu amigo Denil estará fazendo algumas ponta nesta produção.Estréia dia 18 de Fevereiro.Com elenco:Denise Fraga, Débora Bloch, Juca de Oliveira, Fernanda Montenegro, Malu Galli, Tarcísio Filho, Emílio Mello, Ainda Lerner e Guilherme Weber.Autora: Maria Adelaide Amaral

Com Participação do ator Denil Cezar.

Um grande abraço meus “Queridos Amigos”.

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